terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Quais são cidades do Brasil com melhor estrutura para ciclistas?

03/09/2012 - Blog Vou de Bike

As cidades do Brasil com melhor estrutura aos ciclistas
Quando imaginamos uma cidade com boa estrutura para o uso da bicicleta como meio de transporte, logo pensamos em Copenhague ou alguma outra cidade europeia. Mas aqui no Brasil existem muitas iniciativas locais que fazem a diferença na vida das pessoas e incentivam o uso da bicicleta pela população.
Selecionamos abaixo algumas das cidades que apresentam algumas soluções interessantes para o uso da bicicleta como meio de transporte, que podem ser exportadas para outras localidades de forma barata e eficiente.
É claro que esta lista não é definitiva e várias outras cidades, como Curitiba, Blumenau, São Leopoldo e Teresina, por exemplo, têm coisas boas a mostrar no quesito mobilidade urbana. Elas inclusive foram citadas quando perguntamos no Twitter quais eram as melhores cidades para os ciclistas no Brasil. Você concorda com nossas escolhas? Deixe seus comentários e sugestões!
Santos (SP)
Por ser uma cidade plana e com clima agradável, Santos, no litoral de São Paulo, é uma das cidades com mais estrutura para o ciclismo urbano.
A cidade tem cerca de 20 quilômetros de ciclovia. E não é apenas na orla da praia que é possível pedalar tranquilamente. A malha cicloviária santista interliga várias regiões da cidade e vai da divisa com São Vicente na orla até a área portuária (veja o mapa).
Outro ponto importante a ser destacado sobre a cidade litorânea é o número de pessoas que atravessam o "Ferry Boat" que liga Santos a Guarujá de bicicleta. O vídeo abaixo mostra bem essa situação, apesar da baixa qualidade da imagem:

Segundo a Dersa, empresa que administra a travessia marítima entre Santos e Guarujá, transitam pelas uma média diária de 14 mil bicicletas nos dois sentidos.
Sorocaba (SP)
Sorocaba, no interior de São Paulo, pode ser considerada um bom modelo de cidade que pensa na bicicleta como meio de transporte.
A cidade conta com 60 quilômetros de vias para bicicletas, uma das maiores redes do País. Todas ciclovias possuem padrão com pintura vermelha, sinalização ao longo dos percursos, calçadas para caminhadas, sistema de iluminação e paisagismo, com gramado, arbustos e arborização.
Segundo a prefeitura de Sorocaba, a meta do Plano Cicloviário é a criação de 100 quilômetros de ciclovias interligadas até 2012, objetivo ousado para uma cidade de apenas 500 mil habitantes. Veja no vídeo abaixo (institucional) um pouco mais sobre o Plano Cicloviário de Sorocaba:

Além das ciclovias, a cidade instalou paraciclos em locais de grande circulação de pessoas, como o Terminal Santo Antônio, praças, parques e órgãos públicos. O projeto da cidade prevê ainda a criação de bicicletários, pontos estratégicos com serviços de apoio aos ciclistas e dispositivos para facilitar a integração do sistema cicloviário com os demais meios de transportes e os parques municipais.
São Paulo (SP)
Apesar do trânsito caótico, a cidade de São Paulo vem aos poucos abrindo os olhos para a importância da bicicleta como meio de transporte. Iniciativas como a Ciclofaixa de Lazer e a Ciclovia do Rio Pinheiros estão ajudando a mudar a percepção da bicicleta inserida no meio de transporte da cidade.

Ciclofaixa de Lazer em São Paulo
Além disso, podemos ver que o sistema de trens e metrô da cidade começa a ser adaptado para integrar cada vez mais a bicicleta ao transporte público. Os bicicletários instalados em algumas estações são de grande importância e devem ser cada vez mais ampliados.
Há ainda a possibilidade de alugar bicicletas nas estações para realizar a comutação. Mas o ideal mesmo seria poder entrar com a bicicleta dentro dos vagões durante a semana, e não só aos fins de semana. O problema é que o sistema já estão tão saturado que é difícil arrumar espaço até para as pessoas, imagine a situação do ciclista.
Na cidade de São Paulo, a lei de n. 10.907/91 – Decreto 34.864/95 diz que toda nova avenida deve trazer consigo uma ciclovia. Até pouco tempo atrás, isto era uma verdadeira lenda – muitas ciclovias, como a da Avenida Sumaré e da Avenida Faria Lima, levam "do nada a lugar nenhum". Mas é nítido o esforço, ainda que tímido, em mudar este quadro.
Há, ainda, um projeto de transformar o bairro de Moema, na zona sul, no primeiro bairro "amigo das bicicletas", com cerca de 19 quilômetros de ciclofaixas pela região. Esta seria a primeira ciclofaixa de deslocamento, e não de lazer, na cidade de São Paulo. Se der certo em Moema, o projeto deve ser ampliado para outros bairros importantes, como Brooklyn, Itaim e Vila Olímpia.
Por todas essas iniciativas, é possível considerar a cidade de São Paulo como uma cidade com alguma estrutura para os ciclistas. Ainda há muito a melhorar, e nós estamos de olho para que isso aconteça.
Rio de Janeiro (RJ)
Ao longo das principais praias da zona sul do Rio, o ciclista encontra longos trechos de ciclovia, usadas principalmente para o lazer. Uma das ciclovias vai da Praia do Leblon até o centro da cidade.
Segundo a prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro conta hoje com cerca de 140 quilômetros de ciclovias em diversas regiões. Com o programa Rio Capital Bicicleta, a cidade planeja dobrar sua malha cicloviária nos próximos anos, dando prioridade à consolidação do sistema da Zona Oeste. Veja no vídeo abaixo um pouco mais sobre as ciclovias do Rio de Janeiro:

Além disso, a cidade conta com um sistema de aluguel de bicicletas muito interessante. Atualmente, há 190 bicicletas de aluguel espalhadas por 19 estações, que foram equipadas com câmeras de segurança, sensores e sistemas de alarme.
As estações ficam nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Humaitá, Gávea e Lagoa, na Zona Sul. A prefeitura em parceria com a Serttel, empresa responsável pelo serviço, anunciou que pretende expandir e criar novas estações em Botafogo, no Aterro do Flamengo, na Lapa, no Centro, e na Tijuca, na Zona Norte da cidade.
Pagando R$ 20 por mês, cariocas e turistas poderão utilizar o veículo. Já quem deseja alugar a bicicleta só por um dia, não precisa fazer cadastro no site. Basta ir até uma das estações em posse de um telefone celular e um cartão de crédito e se dirigir a uma das máquinas de cadastro. A diária da bicicleta sai a R$ 10.
Aracaju (SE)
No Nordeste do País, Aracaju dá um ótimo exemplo com um sistema de ciclovias com 62 quilômetros de extensão. Segundo a prefeitura da cidade, que já investiu mais de R$ 11 milhões na ampliação e estruturação de vias exclusivas para ciclistas, o objetivo é se transformar na "capital da bicicleta".
A cidade conta ainda com três bicicletários mantidos pela prefeitura, sendo dois no Centro com 40 vagas de estacionamento, equipados com paraciclos duplos e seguindo padrões adotados mundialmente, e um terceiro no Parque Agusuto Franco (Sementeira).

Para o coordenador de ciclomobilidade da prefeitura de Aracaju, Fabrício Lacerda, ainda há muita coisa para ser feita na cidade para estimular o uso da bicicleta, assim como para garantir a infraestrutura adequada aos aracajuanos que já pedalam. "Mas também existe bastante coisa boa. Muitas ciclovias estão sendo utilizadas tanto por pessoas que usam a bicicleta no trajeto para o trabalho quanto por aquelas que pedalam por opção, como forma de lazer", diz.
Afuá (PA)
A cidade de Afuá, no Pará, não poderia ficar de fora desta lista. Apesar de ser bem pequeno, o município ficou famoso após aparecer na televisão por um fato curioso: não há carros na cidade e todo o transporte urbano é feito por bicicletas.
Conhecida como "Veneza da Ilha de Marajó", a cidade tem apenas 40 mil habitantes e é repleta de canais e palafitas. Quando o Rio Afuá enche, a cidade alaga e fica impossível o trânsito de carros. Por isso, todo o transporte da cidade é feito com bicicletas.
Uma das atrações da cidade é o "bicitáxi", veículo de quatro rodas não motorizado construído a partir da junção de duas bicicletas, que serve como transporte local. Veja no vídeo abaixo um pouco mais sobre a relação da cidade de Afuá com as bicicletas:

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