sábado, 12 de novembro de 2011

Rio terá mais 100 km de ciclovias até 2014

06/11/2011 - O Globo

Prefeitura afirma que cidade ultrapassará Bogotá, na Colômbia, e terá a maior malha cicloviária da América Latina

Claudio de Souza claudio.souza.rpa@oglobo.com.br

O Rio vai ganhar mais cem quilômetros de ciclovias até 2014 e deverá ter a maior malha cicloviária da América Latina, com 350 km de extensão. A previsão é da prefeitura e inclui, além dos projetos em execução, ciclovias que se integrarão aos corredores expressos planejados para a cidade, como Transoeste, Transcarioca, Transolímpico e Transbrasil. A oitava e última reportagem da série "Vou de bicicleta" mostra as expectativas de expansão das ciclovias e os principais desafios que a cidade terá de enfrentar para massificar o transporte sustentável em duas rodas.

Hoje, a maior rede cicloviária da América Latina, com 340 quilômetros, está em Bogotá, na Colômbia, que investiu desde os anos 70 na infraestrutura para bicicletas. O Rio de Janeiro tem uma malha de 250 quilômetros, que já é a maior do Brasil, e mostra um avanço de 66% nos últimos três anos. Até o fim do ano que vem, a prefeitura promete entregar mais 50 quilômetros de ciclovias. Com isso, a rede deve dobrar em relação a 2008.

- A partir de 2009, começou a se pensar a bicicleta como transporte, e não somente como lazer, como era antes. Então, o grande desafio foi aproveitar os 150 quilômetros de ciclovias de lazer que já existiam e transformá-los numa rede integrada ao sistema de transportes, e com o dobro do tamanho - diz Altamirando Moraes, subsecretário de Meio Ambiente, órgão responsável pela política cicloviária do Rio.

Novos percursos terão integração com BRTs

Para as novas vias expressas, a ideia da prefeitura é a construção de ciclovias alimentadoras das estações de BRT, e não de pistas que acompanhem toda a extensão dos novos corredores. No projeto do Transolímpico (Barra-Deodoro), de 30 quilômetros, deverão ser construídos 16 quilômetros de ciclovias. No Transoeste (Barra-Santa Cruz), será licitada ainda a construção de seis quilômetros de ciclovias. No Transcarioca, que ligará a Barra ao Aeroporto Internacional, Moraes diz que estão previstas algumas ciclovias no trecho da Penha à Barra, mas lembra que os traçados ainda não estão definidos. O Transbrasil (ao longo da Avenida Brasil) também deverá contar com pistas para ciclistas até os BRTs.

Para promover maior participação da bicicleta no sistema de transportes do Rio, Moraes diz que, além da expansão das ciclovias, é preciso melhorar a infraestrutura para a guarda das "magrelas" e aumentar o sistema de bicicletas públicas de aluguel. O subsecretário afirma que a prefeitura planeja aumentar o número de estações de 60, que deverão ser instaladas até 13 de dezembro na Zona Sul e no Centro, para 260 até o fim de 2012, com o número de veículos passando de 600 para 2.600.

Os bairros que devem ser cobertos pela expansão do serviço ainda não foram definidos. O secretário de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, responsável pela concessão do serviço, diz que a prefeitura deve preparar o novo projeto até o primeiro trimestre do ano vem.

Objetivo é incentivar bicicletários nas empresas

Em relação à melhoria da infraestrutura de guarda da bicicleta, Altamirando diz que planeja a instalação de mais bicicletários públicos e uma forma de incentivar as empresas privadas a também abraçar a ideia.

- Temos um grupo estudando uma forma de legislação para incentivar centros comerciais e empresas a instalarem bicicletários. É preciso também que as empresas incentivem seus funcionários a ir trabalhar de bicicleta, com a instalação de vestiários - afirma ele.

O secretário-geral da Federação Europeia de Ciclismo (ECF, na sigla em inglês), Bernhard Ensink, que esteve no Rio em setembro para um seminário sobre mobilidade urbana, afirma que a cultura da bicicleta na cidade está no começo. Para o representante do órgão que apoia políticas de uso da bicicleta em todo o mundo, a cidade precisa, além das ciclovias, de mais ruas com limite de velocidade de até 30 km/h, para uso compartilhado por bicicletas e carros.

- Vejo um potencial que ainda não está totalmente realizado - diz o holandês, lembrando que seu país implementou a cultura da bicicleta há mais de 40 anos.

O Globo/AC

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