terça-feira, 31 de maio de 2011

Operários responsáveis pela implantação da Ciclovia da Urca não são vistos há três semanas

31/05/2011 - O Globo, Selma Schmidt


RIO - Da Zona Oeste para a Zona Sul, o projeto Rio Capital da Bicicleta também encontra problemas de percurso na Urca. Com a via praticamente pronta, a implantação de 1,2 quilômetro de ciclovia no meio da Avenida Pasteur aparentemente está paralisada. Segundo pessoas que trabalham e moram na avenida, apesar das placas indicando que se trata de uma obra da empresa Ponta do Céu, nenhum operário é visto há cerca de três semanas. Telas de proteção derrubadas, fradinhos tombados, mas ainda não recolhidos e resto de material são alguns sinais de que o serviço foi interrompido.





Na manhã de sexta-feira e na tarde de segunda, equipes do GLOBO não encontraram operários na obra da Urca. Segundo a Secretaria municipal de Meio Ambiente, a ciclovia da Urca custará R$ 350 mil. O órgão nega que a obra esteja parada. Por e-mail, a secretaria informou que "as obras de construção do pavimento foram concluídas e, neste momento, passam por uma revisão para identificar possíveis correções." Ainda de acordo com o órgão, "assim que for concluída essa vistoria, começa o processo de sinalização vertical e horizontal para que a ciclovia seja entregue à população."

A nova ciclovia está sendo construída num trecho da Avenida Pasteur que era utilizado como estacionamento do Rio Rotativo. Com a obra, as cerca de 200 vagas regulamentadas no calçadão central da avenida não podem ser usadas. A agente de viagens Raquel Havas foi surpreendida, ontem à tarde, quando precisou ir uma clínica na Pasteur e não teve alternativa senão parar o carro na Praia Vermelha:

- Sempre estacionei na área do Rio Rotativo no calçadão - disse Raquel.

Regiana Ribeiro, coordenadora de cursos do Ateliê da Imagem, localizado na Avenida Pasteur, engrossou o coro dos queixosos:

- Esta ciclovia só trouxe transtornos. Ficamos sem lugar para estacionar.

- E a ciclovia acaba num ponto usado por taxistas (em frente à Rua Osório de Almeida, próxima à Praia Vermelha) - acrescentou o coordenador administrativo do Ateliê, Robson Cardoso. - Portanto, não liga nada a nada.

Apesar de ressaltar que é uma defensora das bicicletas, a presidente da Associação de Moradores da Urca, Celinéia Paradela Ferreira, reclamou do projeto e da falta de informações:

- A gente não sabe por que pararam a obra. Não somos informados de nada. Ninguém dá satisfação.

Celinéia questionou se o local escolhido para a ciclovia da Urca é indicado:

- É preocupante ver que os ônibus de turismo continuam estacionando na Avenida Pasteur. Antes, eles ocupavam vagas do Rio Rotativo. Agora, estacionam numa faixa da via. Em alguns horários, sobra só uma faixa para a circulação dos veículos que saem da Urca em direção a Botafogo. A Urca tem poucas vagas e uma população flutuante enorme. Há os estudantes da UniRio, da UFRJ, do IME. Sem falar nos montanhistas e nos turistas.

De acordo com a Secretaria municipal de Meio Ambiente, o traçado da ciclovia permitirá sua integração com a Ciclovia Mané Garricha (de Botafogo). Repórteres do GLOBO não conseguiram contato, desde sexta-feira, com os telefones da construtora que estão nas placas da obra e na internet.

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