segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ciclovias estão irregulares



31/5/2010
Diário do Nordeste (CE)

A bicicleta tem sido usada, hoje em dia, como meio de transporte, até mesmo para agilizar o deslocamento, já que o trânsito nas grandes cidades anda tão caótico. Porém, nem sempre os ciclistas encontram, de fato, um espaço seguro e bem estrutu
rado para trafegar.
   
Em Fortaleza, cidade do Nordeste que ganha em extensão de ciclovias com 67 quilômetros, os usuários ainda convivem com uma série de problemas nas faixas - a exemplo de postes, árvores e até lixo -, além da falta de sombreamento e de continuidade. Isso leva os ciclistas a usarem as ruas, o que, muitas vezes, gera acidentes, ainda elevados na Capital cearense. Em 2008, foram 961 feridos e 48 mortos. Já em 2009, 922 ciclistas se acidentaram com ferimentos e 24 morreram.
   
Para o arquiteto, urbanista e ciclista Eduardo Accioly, as irregularidades encontradas pelos usuários de bicicleta nas faixas acabam tornando esses espaços menos atraentes. "Se houvesse uma estrutura mínima, mais pessoas iriam usufruir do espaço e isso desafogaria o trânsito na Cidade, que é tão complicado". Entretanto, o que mais incomoda é a falta de respeito dos motoristas, segundo ele, o que costuma causar os acidentes.
   
O presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC), Fernando Bezerra, reconhece que as pistas para bicicletas enfrentam problemas. Bezerra destaca a falta de integração entre as ciclovias como o mais significativo. "Não podemos dizer que as faixas sejam sinalizadas e ideais, pelo contrário, elas possuem objetos que acabam atrapalhando o tráfego livre, algumas são estreitas demais ou são interrompidas. Isso porque não foi feito um estudo para indicar a rota ideal", admite.


Plano Cicloviário
   
No entanto, o presidente da AMC garante que está em andamento um Plano Cicloviário que vai beneficiar, sobretudo, as pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte para trabalhar. "Por meio deste projeto, vamos pensar na criação de uma estrutura ideal para os ciclistas, além de corrigir as falhas das pistas que já existem. O plano vai permitir otimizar as ciclovias e integrá-las", avisa.
   
Conforme o coordenador do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), Daniel Lustosa, com o estudo, avenidas que não foram pensadas para receber ciclovias poderão adquirí-las. O plano deve ficar pronto entre seis e nove meses, segundo o presidente da AMC. "Apenas a fase de levantamento de dados vai levar de dois a três meses para ser concluída".
   
De acordo com Daniel Lustosa, dentro do programa que promete melhorar o trânsito na Capital, o Transfor, estão previstos mais 30 quilômetros de ciclovias, sendo que 50% devem ser entregues até o fim de 2010.
   
O coordenador explica que os locais selecionados para receber faixas para bicicletas são os que apresentam demanda. "O Transfor já implantou uma nova ciclovia na Avenida Mister Hull e se encontram em execução as das avenidas Bezerra de Menezes e Humberto Monte". Também outras vias receberão pistas, como Sargento Hermínio e José Bastos.
   
Segundo Daniel Lustosa, o intuito da gestão municipal é ofertar alternativas de deslocamento para a população que beneficiem também o meio ambiente e a saúde.
   
Para o ciclista Eduardo Accioly, as cidades estão assimilando, cada vez mais, a cultura da bicicleta como meio de transporte útil e eficaz. "O que falta é mais vontade política para intervir pesado", ressalta.

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