segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Buscando caminhos para bicicletas no faroeste do Centro

31/08/2012 - O Globo

Entrincheirado entre a abundância cicloviária da Zona Sul e o ainda tímido crescimento na Zona Norte, o Centro do Rio ainda é um Velho Oeste para os ciclistas que insistem em ir pedalando para o trabalho. Para mudar esse panorama, a ONG Transporte Ativo (TA) está preparando um estudo sobre como as pessoas circulam por essa parte da cidade. A ideia é entregar propostas para o próximo prefeito do Rio, em janeiro.

No último dia 25 de agosto, cerca de 30 pessoas participaram de uma oficina para avaliar as necessidades dos cariocas que pedalam pelo Centro da cidade. O objetivo da reunião foi mapear demandas, origens e destinos, conflitos e pontos para bicicletários.

— Há uns dois meses quiseram fazer um abaixo-assinado pedindo ciclovias no Centro. Argumentei que já existem vários projetos e acho mais interessante avaliar esses projetos, ver se eles têm relação com o que as pessoas usam — disse Zé Lobo, da TA — Aí resolvemos fazem esse estudo das rotas usadas ligando a Tijuca ao Centro e também a Tijuca à Zona Sul, via Centro, com base no uso real. Em janeiro entregamos isso ao próximo prefeito.

Naquele encontro do dia 25, foram traçadas as rotas utilizadas hoje, as desejadas, pontuados os principais pontos de origem e destino, bicletários existentes e desejados, tudo "em busca de uma rede coerente com a demanda existente".

Para isso, a turma foi dividida em três grupos: os que pedalam pelo Centro, que gostariam de pedalar e os que não pedalam. Esses grupos então avaliaram quatro mapas separadamente: com as rotas utilizadas hoje e desejadas; as origens e destinos; os bicicletários, oficinas e equipamentos de apoio (chuveiro, bomba de ar) existentes e desejados; e os projetos existentes para identificar pontos de conflito e conexões.

Agora o grupo vai sobrepor todos esses mapas para chegar a conclusões. Além disso, serão feitas três contagens de ciclistas em diferentes pontos do Centro, para medir nas ruas a utilização de bicicletas. Essas contagens serão feitas na Cidade Nova, na altura do Passeio e no cruzamento da Presidente Vargas com a Rio Branco.

As contagens são importantes para avaliar os caminhos que os ciclistas realmente usam. Zé Lobo revela, por exemplo, que só pelos mapas já é possível afirmar que cerca de 90% dos ciclistas que vem da Zona Sul para o Centro seguem pela Rua do Catete, entrando no Passeio para então se dividir para Lapa, Cinelândia, etc , evitando a ciclovia do Aterro, um caminho muito mais longo.

Segundo Zé Lobo, os projetos existentes mais próximos de sair do papel são a ciclovia Praça XV-Praça Saens Peña, criado pelo governo do Estado e que seria implantada pela Empresa Olímpica do Município, e o MAM-Mauá, "um projeto que existe desde os anos 1990 e se torna crucial com a revitalização do Porto".

— Com a estação de bicicletas na Praça XV criou-se um movimento que não existia entre a Praça XV e o Santos Dumont. Com esses dois projetos saindo, ficam faltando as interligações entre eles.

Quem não pôde estar presente no encontro ainda pode ajudar. Até 5 de setembro a TA vai receber pelo email ciclorotas@ta.org.br rotas utilizadas e desejadas para incluir no estudo. Quand saio com minha bicicletinha do Grajaú para vir até O Globo, meu caminho é mais ou menos esse aí ó:

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