segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ciclovia na Paulista é inaugurada

29/06/2015 

O Estado de SP / Folha de SP / Diário do Nordeste

Leia: Prefeitura abre ciclovia da Paulista hoje e testa veto a carros aos domingos - O Estado de SP

SÃO PAULO - Sob vaias de antipetistas e aplausos de ciclistas, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), inaugurou neste domingo, 28, a ciclovia da Avenida Paulista, na região central da cidade. A via, com 2,7 quilômetros de extensão em cada sentido, atraiu milhares de pessoas. A Paulista ficou fechada para carros das 10h às 17h10 e foi tomada não só por ciclistas, mas também por skatistas, famílias, idosos, músicos, food trucks e food bikes.

Haddad percorreu a via de bicicleta do Hospital Santa Catarina até a Praça do Ciclista, na Consolação, e foi alvo de manifestantes em diferentes pontos da avenida. Os protestos focaram nos desdobramentos da Operação Lava Jato e em críticas ao PT. Durante a cerimônia de inauguração, o prefeito deu entrevista sob vaias e gritos de um grupo que estava no pátio interno do Hospital Santa Catarina. As pessoas gritavam "petrolão!", "Sérgio Moro está chegando", "ciclovia para as pedaladas de Dilma" e "bandido".

Questionado, Haddad atribuiu as manifestações a opositores "infiltrados" no evento. "Sabiam que eu estaria aqui e tem certa 'infiltraçãozinha'. Mas temos de respeitar, porque é uma manifestação democrática."

O advogado Henrique Vilela de Souza, de 39 anos, foi um dos que gritaram contra o prefeito. Ele afirmou que passava pelo local "por acaso" e negou ser infiltrado ou filiado a partido político. O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, comentou a situação: "Acho que os doentes estavam do lado de fora, não acham?".

MBL. Um grupo de 15 pessoas do Movimento Brasil Livre (MBL) foi até a Paulista para protestar contra as "pedaladas fiscais" da presidente Dilma Rousseff. Em 13 bicicletas, os manifestantes planejavam fazer um passeio pela ciclovia, mas teriam sido impedidos por ciclistas.

"Começamos a abrir nossas faixas e íamos pedalar, mas ficamos ilhados. Logo fomos hostilizados, e a Polícia Militar teve de fazer a nossa segurança. Pediram que nos retirassem", contou o estudante de Direito e líder do MBL-SP, Caíque Mafra, de 21 anos. Na confusão, o jovem disse ter sido agredido com um tapa na cara.

Haddad convocou todos os partidos a integrarem o apoio às ciclovias. "Isso aqui não é uma política partidária, não é uma política de governo, é uma política que deveria ser abraçada por todos os partidos e por todos os governos", afirmou. Manifestantes ainda pediam ciclovias na periferia.

Durante a madrugada, antes da inauguração, tinta azul foi jogada em um trecho da ciclovia, entre o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mas foi retirada após limpeza da Prefeitura com auxílio de caminhão-pipa. O secretário Tatto ironizou o ato. "Deviam estar comemorando (a abertura da ciclovia)."

Elogios. A estrutura da ciclovia e o fechamento da Paulista foram elogiados por ciclistas. "Acho que foi bem planejada, tem segurança. E foi legal também ver a ocupação da cidade. Quando eu olhava a multidão, parecia um sonho, uma alucinação", disse o técnico de som Gustavo Zysman, de 30 anos.

Cicloativista, o analista de sistemas Diogo Pedrosa, de 34 anos, diz ter ficado emocionado. "No caminho vi várias pessoas trazendo bicicletas nos carros, muita gente prestigiando."

Moradores do cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, o advogado Fábio Maia, de 40 anos, e a gerente administrativa Anne Santos, de 37, caminhavam no fim da manhã com a filha e quatro cachorros. O casal manifestou apoio ao projeto da Prefeitura de fechar a Paulista aos domingos. "Achamos sensacional. Aos poucos, o hábito vai pegar. É bacana essa ideia de compartilhar espaços", afirmou Maia.

Nem a PM nem a CET informaram quantas pessoas foram ao local neste domingo. Por volta das 12h50, um homem foi preso por policiais militares por furtar uma bicicleta próximo da Avenida Brigadeiro Luís Antonio.

Folha de SP

Após teste com ciclovia, ideia de fechar a Paulista aos domingos ganha força

Milhares de pessoas ocuparam a avenida Paulista, interditada neste domingo (28), para a inauguração da ciclovia. Após um dia sem incidentes graves ou grandes congestionamentos, ganhou força na gestão Fernando Haddad (PT) a ideia de vetar os carros na via todos os domingos.

Na avaliação da prefeitura, a experiência foi positiva. Técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) devem apresentar relatório com o impacto no trânsito ainda nesta semana. Com isso, a equipe de Haddad vai avaliar se será necessário realizar mais testes antes de tomar uma decisão definitiva.

"Seria bom fazer da Paulista aos domingos um grande parque, onde as pessoas pudessem passear com segurança", afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. Ele disse, ainda, que não haveria dificuldades em fazer as alterações viárias necessárias para o fechamento uma vez por semana.

"A CET consegue montar uma operação especial para os acessos aos hospitais", disse. "Para os moradores daqui a gente consegue fornecer uma autorização especial [de circulação], como a gente faz no autódromo de Interlagos em dia de Fórmula 1."

A ciclovia tem 2,7 quilômetros de extensão, entre a praça Oswaldo Cruz e a avenida Angélica. Com ela, a cidade passou a ter 334,9 km de malha cicloviária.

O prefeito, morador do Paraíso, foi à inauguração de bicicleta. Durante a coletiva de imprensa, chegou a ser vaiado por um grupo anti-PT, mas na sequência foi aplaudido pelos ciclistas que lotavam a Paulista.

SOBRE RODAS

O público comemorou a conquista do espaço na avenida mais importante da capital, que já foi cenário de diversos acidentes com ciclistas.

Por volta das 7h, cicloativistas homenagearam duas "bikers" mortas na via: Márcia Andrade Prado e Juliana Dias. Duas bicicletas que ficam amarradas a gradis -marcos das mortes de ambas-, receberam novas mãos de tinta branca e foram enfeitadas com flores.

Entre os presentes estava Roberta Ferrari Andrade, 48, prima de Márcia Prado. "O que a Márcia queria, humanizar São Paulo, começa a acontecer um pouco agora, com essa ciclovia", disse Roberta, que veio do Rio de Janeiro para a cerimônia.

Mas nem só de ciclistas se fez o domingo na Paulista. Cantores, Testemunhas de Jeová, hippies e famílias inteiras tomaram as calçadas.

Nessa "praia de paulista" também teve espaço para piqueniques. Sentada em cima de uma toalha xadrez, a professora de educação física Diná Ramos, 40, aproveitava o sol tomando chá. Apesar da escassez de comidas em sua cesta, esperava confiante. "Convidei um monte de gente. Ainda é cedo, eles vão aparecer", disse. Uma hora depois, os convivas chegaram.

A PM e a prefeitura não deram estimativa de público.

LADRÕES

A única ocorrência policial registrada foi a prisão em flagrante de dois homens, em frente ao clube Homs, por volta das 13h. Segundo a Polícia Militar, a dupla furtou quatro bicicletas, que não haviam sido recuperadas até o início da noite deste domingo.

Eles foram presos com alicates para cortar cadeados e levados ao 78º DP (Jardins).

Diário do Nordeste

Ciclovia na Avenida Paulista: Inauguração atrai ciclistas e protesto

Milhares de pessoas percorreram os 4 km destinados às bicicletas, e manifestações contra o PT marcaram o evento

São Paulo. A inauguração da ciclovia na Avenida Paulista, região central de São Paulo, atraiu ontem milhares de ciclistas. Segundo a Polícia Militar, às 10 horas da manhã havia mais de 2 mil pessoas com bikes na área. A via segregada para bicicletas tem cerca de quatro quilômetros de extensão e registra intenso movimento no seu primeiro dia de funcionamento oficial.

O início do tráfego na ciclovia, no entanto, também ocorreu sob protestos de diferentes grupos. Durante a madrugada, tinta azul foi jogada em um trecho da via próximo ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mas foi retirada após limpeza da Prefeitura. Outros movimentos estenderam faixa de "Fora PT".

Uma garrafa pet ainda com tinta foi encontrada no local, nas imediações do parque Trianon, na Avenida Paulista. A polícia não identificou os autores do ato de vandalismo. Aparentemente, a tinta usada foi a guache, comumente utilizada em trabalhos escolares. A mancha azul se estendeu por cerca de 300 metros, entre o Masp e a rua Pamplona.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi alvo de manifestantes em diferentes pontos da avenida. Os protestos focaram principalmente nos desdobramentos da Lava- Jato e em críticas ao Partido dos Trabalhadores. Em frente ao Hospital Santa Catarina, na Avenida Paulista, de onde saiu a comitiva do prefeito para percorrer a ciclovia, pessoas gritavam "petrolão!", "Sérgio Moro está chegando", "Ciclovia para as pedaladas de Dilma" e "bandido".

Questionado sobre a reação, Haddad atribuiu as manifestações a "infiltrados", que teriam se preparado para protestar no evento. O advogado Henrique Vilela de Souza, de 39 anos, foi um dos que gritaram do lado de dentro do hospital, a poucos metros do prefeito. Ele afirmou que não estava acompanhando paciente, apenas passava pelo local. Souza negou ser infiltrado. O advogado afirmou que não é de São Paulo e que não tem opinião formada sobre a ciclovia.

Qualidade

Fernando Haddad exaltou a ciclovia como "símbolo de qualidade de vida" e disse que esta é uma política que "deveria ser abraçada por todos os partidos". Diversos ciclistas que se dirigiram à Avenida Paulista carregavam balões brancos.

No período da manhã, Haddad percorreu a ciclovia acompanhado pela primeira-dama, Ana Estela Haddad, e pelo secretários Jilmar Tatto (Transportes), Gabriel Chalita (Educação) e Eduardo Suplicy (Direitos Humanos). No final do trajeto, na Praça do Ciclista, que fica próximo à Rua da Consolação, o prefeito parou para descansar e tomar água de coco.

Haddad comemorou o início das atividades na ciclovia. "Acho importante também pelo simbolismo. O principal cartão postal da América Latina agora tem uma área que é a malha cicloviária", disse. Ele ainda convocou todos os partidos a integrarem o apoio às ciclovias. "Isso aqui não é uma política partidária, não é uma política de governo, é uma política que deveria ser abraçada por todos os partidos e por todos os governos, para que pedestres e ciclistas tenham seu espaço garantido além do transporte público", acrescentou o prefeito.

Um simulador virtual lançado na semana passada, no Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), estima o impacto de mudanças no uso de diferentes meio de transporte nas maiores cidades do país.

 

A mudança de meio de transporte traria diversos benefícios, como a redução de 25% na emissão de poluentes locais, como monóxido de carbono.

Nenhum comentário:

Postar um comentário