segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Prestes a saírem, novas ciclovias de Brasília já desagradam usuário

Caroline Aguiar

21/01/2013 - Mobilize Brasil

Erros de projeto e falta de sinalização são problemas das vias já executadas dentro do plano do GDF. E que podem se repetir nos novos trechos, alertam cicloativistas

O governo do Distrito Federal está prestes a liberar os últimos lotes de obras das ciclovias. Isto pode ser decidido na próxima quinta-feira, dia 24 de janeiro, quando está marcada a reunião do Comitê Gestor da Política de Mobilidade Urbana por Bicicletas. Entre os itens da pauta, está justamente a liberação de novos trechos para bikes na cidade.

Além de membros do governo, participam do comitê gestor especialistas, a organização não-governamental Rodas da Paz e o coletivo Sociedade das Bicicletas. No entanto, o projeto que já está sendo colocado em prática é questionado por entidades civis como a Rodas da Paz, que luta pela melhoria das condições para o tráfego de bicicletas.

A ONG quer que o projeto cicloviário do governo seja revisto e, por isso, é contra a liberação agora de novas construções. "O GDF quer acelerar as obras, força para liberar os lotes, mas não pensa na qualidade. Tem uma preocupação maior em entregar tudo logo, mais do que criar de fato uma cultura da bicicleta", argumenta Jonas Bertucci, representante da organização.

Uma das críticas é que há problemas no acesso às ciclovias e nas áreas onde elas cruzam com a pista dos carros. "Em alguns trechos de travessia, a prioridade não está clara e, sempre que possível, ela deve ser do ciclista. Há muitos zigues-zagues e os acessos não são funcionais. É preciso pensar onde as pessoas moram, trabalham, divertem-se e colocar ali as entradas para a ciclovia", explica Bertucci.

Outra preocupação é a falta de sinalização e de campanhas educativas. "Como muitas pistas já estão prontas, as pessoas estão usando. Mas não há indicação de como usar, a população não sabe. Muitos pedestres estão usando as ciclovias como calçadas e isso pode ser muito perigoso", alerta. Segundo o GDF, a sinalização e as campanhas são a última fase de implantação do projeto cicloviário.

Plano de ciclovias do DF
O plano do GDF é construir 600 km de ciclovias até 2014. As novas pistas estão previstas para serem feitas no Lago Sul, Águas Claras, Riacho Fundo II, Park Way, Samambaia, Octogonal, Lago Norte, Brazlândia, Planaltina, São Sebastião, Sobradinho e Taguatinga. O governo ainda prevê o investimento de R$ 130 milhões em ciclovias.

Em 2012, aproximadamente 150 km de vias exclusivas para ciclistas foram construídos, a um custo de R$ 16 milhões, nas regiões do Sudoeste, Recanto das Emas, Santa Maria e Ceilândia. Outros R$ 25 milhões estão sendo gastos nas obras que já em andamento e que seguem em ritmo mais lento por causa das chuvas.

A previsão de entrega, inicialmente para dezembro de 2012, foi transferida para julho de 2013. Assim, os ciclistas que percorrem as Asa Sul e Norte, o Paranoá, Gama e a Universidade de Brasília vão ter que esperar mais pela inauguração das pistas. No entanto, como alertam os cicloativistas, em vários locais onde o pavimento já foi feito, ele está sendo utilizado mesmo sem sinalização e acabamentos.

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