quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Estações do Bike Rio que ocupam vagas de estacionamento causam polêmica na Zona Sul

Moradores se dividem entre elogios e reclamações sobre a falta de espaço para carros nas ruas da região

POR CÉLIA COSTA

28/01/2015 - O Globo

Bike Rio na Rua Sorocaba: uma estação onde cabiam três carros - Hudson Pontes / Agência O Globo

RIO — A instalação de estações do Bike Rio — serviço de aluguel de bicicletas — em vagas de estacionamento na Zona Sul está criando polêmica. Em alguns locais, como em frente ao número 484 da Rua Sorocaba, em Botafogo, as vagas para 12 "laranjinhas" ocupam um espaço onde antes cabiam até três automóveis. A medida pode ter desagradado a alguns, principalmente quem costumava parar os carros ali, mas foi bem recebida por outros.

A aposentada Idalina da Conceição, cuja residência fica em frente à estação, reclamou de moradores não terem sido consultados.

— Ninguém perguntou nada aos moradores. Agora não temos como parar na porta de casa quando chegamos com compras, malas... A Rua Sorocaba é estreita e ficou ainda pior para os carros — reclamou a aposentada.

Mas há também quem esteja comemorando. A recepcionista Camila Nascimento, que trabalha num prédio ao lado do 484, mora em Maria da Graça e usa o metrô todos os dias.

— Agora, terei a opção de pegar a bicicleta e seguir até a estação Botafogo. É muito melhor. Outros colegas de trabalho estão pensando em fazer a mesma coisa — elogiou.

PRESIDENTE DE ASSOCIAÇÃO PEDE DEBATE

Segundo a presidente da Associação de Moradores de Botafogo, Regina Chiaradia, é preciso ampliar a discussão para que a população entenda e apoie o projeto:

— A prefeitura está criando ciclovias e ciclofaixas com o objetivo de desafogar o trânsito. Todos reclamam do fato de haver carros demais nas ruas. As pessoas precisam entender que a proposta não é tornar a bicicleta um objeto de lazer, mas um meio de transporte.

Na Rua Gago Coutinho, em Laranjeiras, próximo ao Parque Guinle, cartazes com reclamações sobre a instalação de uma estação do Bike Rio foram colados. Nesta terça-feira, já haviam sido retirados do local.

A Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (Secpar) informou que os locais para a instalação das estações são determinados pela Secretaria municipal de Meio Ambiente, levando em conta as áreas que terão ciclovias ou ciclofaixas. Serão instaladas mais 200 estações, elevando para 260 os pontos na cidade — 46 deverão ficar em vagas de estacionamento.

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PRIORIDADE: CALÇADAS LIVRES

As queixas têm aumentado porque só agora as estações estão sendo instaladas em vagas para carros. Segundo a prefeitura, isso aconteceu porque havia a necessidade de uma série de resoluções. O coordenador de controle de concessões da Secpar, Gustavo Almeida, informou que a escolha dos pontos é discutida em fóruns realizados pela Secretaria de Meio Ambiente:

— A nossa prioridade é deixar a calçada livre para os pedestres, usando as vagas de estacionamento. A bicicleta é um transporte compartilhado por um grande número de pessoas, enquanto o carro tem uso individual. Queremos que cada vez mais pessoas usem o transporte coletivo. Os embates que estão ocorrendo são naturais, mas os usuários das bicicletas vêm aplaudindo as soluções.

A instalação de uma estação do Bike Rio, segundo Almeida, envolve três órgãos municipais: o Centro de Arquitetura e Urbanismo, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade e a CET-Rio.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/estacoes-do-bike-rio-que-ocupam-vagas-de-estacionamento-causam-polemica-na-zona-sul-15170179#ixzz3Q7QNt0am 
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Paulista deverá ter só uma conexão para outra ciclovia

28/01/2015 - O Estado de SP

A ciclovia da Avenida Paulista, prometida para o meio deste ano, deverá ter apenas uma conexão com outra via ciclística. É o que indica o projeto da obra, divulgado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Trata-se da pista só para bikes prevista para ser implementada na Rua Frei Caneca.

No ano passado, o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, havia divulgado a intenção de criar conexões com outras ciclovias em transversais da Paulista, como a Alameda Pamplona e a Rua Bela Cintra. Contudo, no projeto oficial da obra, que começou no início de janeiro, apenas a ciclovia da Frei Caneca estará interligada à da Paulista, que ficará no canteiro central da avenida.

Além disso, o projeto indica que oito relógios de rua, seis postes de iluminação e três totens de semáforos terão de ser realocados para a passagem da ciclovia. Ela será feita de asfalto pigmentado de vermelho, cor estabelecida para vias ciclísticas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Grades também serão instaladas em alguns trechos nas laterais da via, especialmente nas pequenas rampas de concreto que levarão os ciclistas para o nível da rua nos cruzamentos, para ampliar a sua segurança.

Reforço. Parte dos respiros do Metrô instalados no canteiro da Paulista receberão um reforço para permitir a passagem dos pneus das bicicletas. A CET ainda está definindo como será a sinalização para quem decidir pedalar pela ciclovia. Essas pessoas terão "áreas de conflito" com os pedestres nas travessias da avenida. Por isso, semáforos exclusivos para quem está pedalando deverão ser posicionados nesses locais. A ciclovia da Paulista continuará pela Avenida Bernardino de Campos. Na ponta oposta, descerá pela Rua Itápolis, na região do Pacaembu.

Questionada se outras ciclovias da região se conectarão à da Paulista, a CET informou por meio de nota que está "efetuando as análises das conexões". A obra custará cerca de R$ 15 milhões, segundo a Prefeitura.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

PM do Rio terá bicicleta elétrica para patrulha

26/01/2015 - O Povo

Para reforçar a segurança nos principais pontos turísticos no Rio de Janeiro, os policiais vão trocar as bicicletas tradicionais pelas elétricas

Bicicletas serão substituídas por modelos elétrico
Bicicletas serão substituídas por modelos elétricos
créditos: André Gomes de Melo
 
De acordo com o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), a unidade receberá cerca de 48 bicicletas elétricas para patrulhar os pontos mais visitados da cidade, como as orlas de Copacabana, Leblon, Ipanema, Aterro do Flamengo e o entorno do Cristo Redentor. "As bicicletas elétricas vão facilitar e agilizar o deslocamento dos policiais que, desde 2012, fazem o ciclopatrulhamento em áreas turísticas da capital fluminense", disse o subcomandante do BPTur, tenente-coronel Luciano Araújo.
 
Segundo a polícia, a bicicleta elétrica vai permitir que os agentes se locomovam com mais rapidez, sem demandar muito esforço físico. "Será muito útil, principalmente, para fazer trajetos íngremes ", afirmou Araújo, que disse ainda que os policiais militares também passarão por um treinamento para utilizar o transporte elétrico.
 
Outra vantagem da modalidade é o maior contato entre policiais e a população. "A bicicleta permite uma integração maior com a sociedade. Com o transporte, os PMs ficam mais próximos dos pedestres na hora de oferecer alguma orientação ou ajuda", concluiu Araújo. (Folhapress)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Prefeito sanciona Lei da Bicicleta de Curitiba

20/01/2015 - Bem Paraná / Gazeta do Povo

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, sancionou a Lei n.º 14.594, chamada de Lei da Bicicleta. A nova legislação institui a bicicleta como modal de transporte regular de interesse social em Curitiba e determina que 5% das vias urbanas serão destinadas a construção de ciclofaixas e ciclovias, de maneira integrada ao transporte coletivo. O projeto foi formulado pela Comissão de Participação Legislativa da Câmara Municipal, através de sugestão proposta pela Associação Paranaense de Encaminhamento Legislativo Autônomo (Apela).

A Lei da Bicicleta reforça a política de mobilidade da atual gestão da Prefeitura de Curitiba, que desde seu início tem dado prioridade para a bicicleta como meio de transporte. A instalação da Via Calma na Avenida Sete de Setembro e a expansão, até o momento, de 50% da malha cicloviária, foram algumas medidas tomadas neste sentido. A Prefeitura ainda apresentou, na semana passada, um projeto ao ministro das Cidades, Gilberto Kassab, pedindo recursos do governo federal para a implantação de 300 quilômetros de vias cicláveis em Curitiba até o final de 2016, consolidando a bicicleta como modal de transporte de forma integrada aos demais.

A atual gestão ainda criou a Coordenação de Mobilidade Urbana dentro da estrutura da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), que abriu a discussão sobre mobilidade na cidade. "Entre as grandes conquistas desse foco na mobilidade urbana, também podemos citar as ações da Setran para impedir que os veículos ocupem os espaços a pedestres e ciclistas na cidade; e a consolidação dos direitos das pessoas com mobilidade reduzida de também participar como atores principais do trânsito em Curitiba", diz a secretária municipal de Trânsito, Luiza Simonelli.

"Essa gestão avançou na área de mobilidade e com isso a bicicleta entrou definitivamente na pauta de discussões da cidade e da sociedade como um todo. Esse é um processo contínuo, que evolui passo a passo e não acontece da noite para o dia", diz Jorge Brand, conhecido como Goura, cicloativista ligado ao movimento CicloIguaçu. Entre as ações realizadas em Curitiba na área de ciclomobilidade, Brand destaca a revitalização e ampliação da ciclovia da Marechal Floriano e a criação da Via Calma, que marca o início da ocupação das bicicletas das estruturais da cidade. "Esperamos a continuação desse processo em outras vias da cidade", disse.

Padrão

Com a nova lei, a construção das ciclovias agora segue um padrão, que tem, dentre outros itens, mão única em cada faixa, no mesmo sentido dos carros; demarcação dos símbolos de bicicleta no pavimento no mesmo sentido da faixa; largura de pelo menos 1,5 metro para o ciclista pedalar com conforto; pavimento demarcado por contraste de cor de acordo com a orientação do Departamento Nacional de Trânsito; instalação de tachões bidirecionais na cor amarela para separar a ciclofaixa das ruas e avenidas. As diretrizes não se aplicam às ciclofaixas já instaladas na cidade.

Ainda pela lei, terão espaços reservados para bicicletas, na forma de bicicletários e/ou estacionamentos, os terminais de transporte coletivo; os estabelecimentos de ensino; shopping centers e supermercados; praças e parques públicos.

O único artigo vetado foi o que previa que as despesas decorrentes desta lei fossem custeadas pelo Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset). O Município de Curitiba, assim como os demais, contribui para este fundo com uma parcela do valor arrecadado com multas de trânsito. Mas o gestor do Funset é o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Desta forma, o Município não tem acesso a esse recurso e por isso não teria competência e possibilidade legal de atender à lei.

"Se esse artigo fosse aprovado, a lei, que é um avanço para a cidade, seria toda prejudicada por ser inconstitucional", diz Luiza.

Gazeta do Povo

Fruet sanciona Lei da Bicicleta de Curitiba

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), sancionou a Lei nº 14.594, a Lei da Bicicleta. A nova legislação institui o equipamento como modal de transporte regular de interesse social da cidade e determina que 5% das vias urbanas sejam destinadas a construção de ciclofaixas e ciclovias, de maneira integrada ao transporte coletivo. A lei nasceu de um projeto de iniciativa popular. Pelo texto, a construção das ciclovias agora segue um padrão, que tem, dentre outros itens, mão única em cada faixa, no mesmo sentido dos carros. Ainda pela lei, terão espaços reservados para bicicletas os terminais de transporte coletivo; os estabelecimentos de ensino; shopping centers e supermercados; praças e parques públicos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Estímulo ao uso aquece vendas de bicicletas em até 30% em Fortaleza

13/01/2015 - Diário do Nordeste - Fortaleza

Os incentivos por parte da Prefeitura de Fortaleza em relação ao uso de bicicletas na Capital têm aquecido o comércio do equipamento nas lojas especializadas. Segundo comerciantes do setor, com o aumento de ciclistas na cidade, já é possível mensurar um crescimento de até 30% nas vendas do meio de transporte.

No Centro, por exemplo, lojas do segmento localizadas na Rua São Paulo relatam, inclusive, a contratação de novos colaboradores para dar conta da demanda. É o que afirma o proprietário da Ciclo Peres, Edilson Teles. "Em outubro, cheguei a acrescentar três funcionários ao quadro e eles permaneceram até janeiro. Esses meses são melhores ainda para nós", comemora.

Outra loja que comemora a procura de bicicletas em comparação com o cenário antecessor ao da implantação das ciclofaixas é a Mega Bike, também com acréscimo de 30% nas vendas, diz a gerente, Emanoela Bastos.

Todos os bolsos

Na lojas pesquisadas, o valor das bicicletas varia entre R$ 240 e R$ 2,6 mil. As mais baratas são feitas de ferro e não possuem marchas, enquanto as mais caras são feitas com alumínio, têm marchas e outros incrementos.

Atualmente, é possível até mesmo montar a própria bicicleta. É a proposta da loja Random Ciclo, que disponibiliza um profissional para personalizar o veículo de acordo com as preferências e necessidades do cliente.

Peças incrementam

Se a alta no faturamento acontece por uma mudança de comportamento daqueles que nunca haviam pedalado anteriormente, o setor comemora ainda o número de manutenções nas bicicletas antes deixadas de lado e agora em reutilização. O incremento nas vendas aconteceu não somente nas peças, mas também nos equipamentos de segurança, como capacetes, luvas, retrovisores e selim de gel. "Conversando com consumidores, notamos um aumento na procura daqueles que tinham bicicleta, mas viviam com ela parada. Agora elas sentem mais segurança, pois existe local apropriado", declara o proprietário da Random Ciclo, Álvaro Timbó.

Baixa manutenção

Ao defender um movimento crescente que promove a troca de carros por bicicletas para circular em Fortaleza, o presidente da Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ciclovida), Celso Sakuraba, afirma que é baixo o custo para manter uma bicicleta. "Costumamos recomendar, para uso urbano, bicicletas com custo médio de R$ 800 a R$ 1 mil. Abaixo disso, é possível que o ciclista tenha pouca qualidade e acabe precisando desembolsar mais na hora de manter", recomenda. Ele aconselha ainda aos que não saibam fazer a própria manutenção, que realizem uma revisão a cada três meses, o que pode custar de R$ 30 a R$ 40.

Mudança de perfil

Ainda de acordo com empresários, é notável a mudança de perfil dos consumidores anteriores em comparação com os atuais. Segundo eles, mais casais estão chegando e comprando bicicletas, o que não acontecia antes, já que os consumidores eram formados pelo público masculino em sua maioria.

Para Emanoela Bastos, antes, a procura da maioria dos clientes acontecia devido às necessidades de locomoção para o trabalho. Atualmente, o público se expandiu para jovens com a finalidade de realizar passeios.

Na avaliação de Sakuraba, o crescimento no número de ciclistas pode ser notado entre pessoas de classe média. "A percepção que nós temos é que tem aumentado a quantidade de usuários de bicicleta nos bairros Aldeota e Meireles, ou seja, por parte da classe média. Nas periferias, acreditamos que o uso continue sendo o mesmo", conclui.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Com mais 49 estações, Bike Rio avança para a Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes

09/01/2015 - O Globo


RIO — Elas começaram dominando a paisagem da Zona Sul, recentemente passaram a ser vistas com mais frequência pelo Centro e na região da Grande Tijuca, e neste verão prometem dar mais as caras pelos lados da Barra da Tijuca e do Recreio. Em três anos e dois meses de existência no Rio, as laranjinhas — as bicicletas de aluguel compartilhado — já contabilizaram 4,3 milhões de viagens, atingindo a marca de 216 mil usuários cadastrados. Neste ano, o programa Bike Rio vai recomeçar com mais um reforço na frota: ainda no primeiro trimestre, a concessionária Serttel, responsável pela administração do serviço, deverá colocar nas ruas mais 600 bicicletas, que serão distribuídas em outras 60 estações.

Com esse reforço, segundo a Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (Secpar), até fevereiro os ciclistas terão 260 pontos para recolher e usar à vontade uma laranjinha. E poderão contar com mais duas mil unidades em seus deslocamentos para o trabalho ou o lazer.

Nesta expansão, a região da Barra da Tijuca e do Recreio será a mais beneficiada da cidade, com 49 pontos: na orla, junto a shoppings e condomínios e próximo a quatro estações de BRT. A ideia da prefeitura é incentivar o uso das bicicletas em conjunto com os ônibus.

NA BARRA, EXPECTATIVA

Morador da Barra, o personal trainer Bruno Roberto, de 23 anos, já utiliza o Bike Rio quando vai à Zona Sul, e espera ansiosamente pela chegada de mais laranjinhas na Zona Oeste.

— Eu já costumo ir de ônibus para a Zona Sul. Quando estou por lá, fico me deslocando de bicicleta por Ipanema e Copacabana para dar os treinos para os meus clientes. É bom, porque consigo me deslocar com mais rapidez, além de me manter ativo. Aqui na Barra, ainda não conto muito com o serviço. Só espero que a prefeitura também reforce o sistema de ciclovias no interior do bairro, para que o uso das bicicletas não fique restrito somente à orla — opina Bruno.

Pelos cálculos da prefeitura, considerando a média de 2,7 quilômetros por viagem, em três anos as laranjinhas já rodaram mais de 11,610 milhões de quilômetros. Entre 2013 e 2014, o programa Bike Rio contabilizou um crescimento de cerca de 35%. Segundo o levantamento, nos meses de setembro, outubro e novembro, o serviço alcançou a média diária de cerca sete mil viagens. E as três estações mais usadas pelos ciclistas ficam em Copacabana: a da Rua Miguel Lemos, a do Posto Seis e a da Avenida Princesa Isabel, todas com a média de seis mil veículos retirados por mês. Já as três menos procuradas são a do Largo do Boiadeiro, na Rocinha, a da Rua Sá Ferreira, em Ipanema, e a da Praça São Judas Tadeu, no Cosme Velho. Os números de retiradas de bicicletas nas estações menos frequentadas, no entanto, não foram divulgados pela prefeitura.

REFORÇO NA ZONA SUL

Com a grande procura, principalmente na Zona Sul, a prefeitura decidiu reforçar o número de postos nos bairros da região na segunda fase. Resolveu, também, adiar a chegada das bicicletas em outros pontos da Zona Norte e da Zona Oeste. Bairros como Méier e Campo Grande ainda terão que esperar pela próxima leva de laranjinhas.

— Cogitamos expandir para o restante da cidade, mas percebemos que o sistema já instalado não estava comportando a demanda. As bikes estão lá, mas o número de usuários se revelou muito maior do que o esperado. Entendemos também que era importante primeiro reforçar os bairros já atendidos, em vez de expandir para outras localidades. Foi uma decisão estratégica — disse Gustavo Almeida, coordenador geral de controle de concessões da Secpar, acrescentando que a empresa já conta com uma tecnologia que permite o remanejamento de bicicletas para postos com grande procura.

A escolha de instalação dos pontos de aluguel, explica Gustavo Almeida, inclui estudos e pareceres de vários órgãos da prefeitura, entre eles a Secretaria de Meio Ambiente, a Secretaria de Urbanismo e a de Obras:

— Há alguns pontos com muita procura e outros com baixíssima utilização. Estamos sempre analisando isso para pedirmos mudanças à concessionária. Temos percebido uma baixa procura nos pontos próximos a comunidades. Acreditamos que seja por dois fatores: nestes locais muitos já têm suas próprias bicicletas e preferem usá-las. A necessidade de uso do cartão de crédito para pagamento também pode ser um limitador. Estamos estudando a possibilidade de incluir na próxima licitação uma adequação tecnológica que permita o uso do bilhete único.

Uma das estações que serão deslocadas é a situada no acesso ao Morro Dona Marta, que será levada para a Rua São Clemente, liberando o local para construção de uma área de lazer para a comunidade.

— Foi um pedido dos moradores. O serviço é um sucesso, mas muita gente reclama quando é na frente de sua casa, ou quando é colocado sobre vagas de estacionamento. Mas os cariocas precisam entender que a prefeitura está firme no propósito desta mudança cultural — diz.

Das 199 estações implantadas até o momento, apenas 15 foram instaladas em vagas de estacionamento. Segundo o representante da Secpar, a intenção do projeto é aumentar este percentual.

— Há casos em que a CET-Rio não aprovou o uso das vagas porque é necessário deixar as faixas de rolamento livres de equipamentos permanentes, de modo que seja possível promover alterações no tráfego para otimizar o fluxo. Isto acontece, por exemplo, quando há shows em Copacabana ou no planejamento das obras de mobilidade no Centro e na região do Porto — justifica.

COPA ATRASOU CRONOGRAMA

As novas bicicletas já deveriam estar rodando desde o ano passado, mas alguns obstáculos levaram a prefeitura a estender o prazo.

— Fizemos uma licitação em 2013, que determinava que, até o fim de 2014, as 60 estações existentes seriam revistas e seriam instaladas mais 200. A Copa do Mundo, por exemplo, paralisou todas as obras na cidade por 60 dias. Então, foi dado um prazo maior para a empresa — justifica.

O programa de bicicletas públicas demorou a cair no gosto de cariocas e turistas. Uma série de problemas levou à suspensão do sistema, então chamado Pedala Rio, em julho de 2011. Foram dois anos e meio enfrentando obstáculos, como furtos, falhas operacionais e preços pouco atrativos. No dia 28 de outubro de 2011, o programa foi relançado pela prefeitura, em conjunto com a Serttel e com o patrocínio do Banco Itaú. Desde então, a quantidade de estações triplicou, chegando a 60, com um total de 600 bicicletas — antes, eram 19 bases e 150 veículos.