sábado, 9 de fevereiro de 2013

Nº de bikes para empréstimo em SP crescerá 57% em 2013

16/01/2013 - O Estado de São Paulo

ANDRÉ MONTEIRO
TALITA BEDINELLI

O paulistano terá à sua disposição 142 estações de empréstimo de bicicletas no início do próximo ano. Serão ao menos 1.440 magrelas para pedalar de graça, um crescimento de 57% em relação à frota disponível atualmente.

A expansão será puxada pelo início do terceiro sistema de empréstimo, patrocinado pelo Bradesco Seguros.

Serão 20 estações instaladas próximas aos 108 km de ciclofaixas, que também são patrocinadas pela empresa. Haverá pontos no parques Villa Lobos, Ibirapuera e do Povo, praça Panamericana, av. Paulista e Roberto Marinho, USP e Jockey Club, entre outros locais.

Cada estação terá ao menos dez bikes, mas a empresa estuda ampliar a quantidade. Ainda não há data definida para a inauguração.

O serviço será gratuito nos primeiros 30 minutos. Depois será cobrada taxa de R$ 5 a cada 30 minutos.

O preço é o mesmo do Bike Sampa, patrocinado pelo Itaú, que estreou em maio.

Hoje são 65 estações, mas o número deve chegar a cem, com mil bicicletas no total, até o início de 2013. O planejamento prevê mais mil bikes em 2013 e mil em 2014.

Também é possível fazer empréstimos nos 22 pontos do Nossa Bike, organizado pelo Instituto Parada Vital desde 2009. São 240 bicicletas disponíveis em 17 estações do metrô e quatro terminais de ônibus.

A primeira hora é gratuita, depois são cobrados R$ 2 por cada hora adicional.

Outras empresas também já mostraram interesse em patrocinar sistemas de empréstimo de bicicletas, como AES Eletropaulo e Ambev.

Jorge Araujo/Folhapress

A população de São Paulo poderá alugar bicicletas de forma gratuita em vários pontos espalhados pela cidade
TRANSPORTE

Para Irineu Gnecco Filho, diretor de planejamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os sistemas de compartilhamento incentivam o uso da bicicleta como meio de transporte. "Aliada a outros meios de transporte, como ônibus e metrô, ela é uma alternativa ao uso do carro", diz.

Ele afirma também que a expansão da rede mostra ser possível que as vias de São Paulo sejam compartilhadas por carros e bicicletas, já que "nunca conseguiríamos construir uma quantidade de vias segregadas do tamanho que a cidade precisa". A solução, para ele, passa pelas ciclofaixas (quando não há separação física da pista) e ciclorrotas (circuito com sinalização nas ruas).

As estações do Bike Sampa, por exemplo, só foram implantas após um estudo que mapeou o uso da bicicleta nas regiões que ganhariam estações e propôs a criação de ciclorrotas.

A preocupação com a segurança vai além: são feitas reuniões com cicloativistas e motoristas de ônibus, por exemplo, e existe até um seguro para o ciclista contra acidentes --que nunca precisou ser usado.

Apesar dos avanços, as mortes de ciclistas em acidentes não caíram. Segundo a CET, o índice está estabilizado em cerca de 50 ao ano.

INTEGRAÇÃO

Cicloativistas criticam a falta de integração do novo sistema, já que, segundo a prefeitura, o projeto do Bradesco não será integrado ao do Itaú -ou seja, as bikes só poderão ser retiradas e devolvidas em estações do mesmo sistema.

"Qualquer iniciativa é bem vinda. Mas o ideal é que a tecnologia usada na gestão seja a mesma, para permitir integração e para que esse projeto possa ser assumido por outros no futuro, até pela própria prefeitura, sem que se perca qualidade", diz Cicero Araujo, diretor de Relações Institucionais do Itaú.

A CET diz que, por enquanto, não existe nenhuma proposta de integração.

Os contratos com as empresas vencem em 2015. Eles poderão ser renovados nos moldes atuais, mas há quem defenda uma licitação unificada. Gnecco Filho, da CET, diz que a prefeitura trabalha com parcerias e que não existe nenhum estudo nesse sentido.

Outra crítica é em relação ao tempo gratuito dos empréstimos. "Isso precisa ser modificado. No meu trabalho não chego em 30 minutos", diz Henrique Santana, 26.

Outros usuários do Bike Sampa também reclamam dos 15 minutos necessários entre a devolução da bike e um novo empréstimo gratuito.

Prefeitura e empresas dizem o período gratuito é menor para estimular a rotatividade do sistema e promover a bicicleta como meio de transporte.

"Não temos, na nossa plataforma, o lazer. Queremos que a cidade fique mais vazia de carros, que as pessoas possam circular com mais tranquilidade de bicicleta", diz Araujo, do Itaú.

As estações do Bike Sampa têm distância entre 500 e 900 metros. "O objetivo é que a bike seja usada em pequenos deslocamentos", diz Angelo Leite, presidente da Serttel, que opera o sistema.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Prefeitura de Santos irá ampliar a malha cicloviária da cidade

30/01/2013 - Prefeitura

A Prefeitura de Santos irá ampliar a malha cicloviária da cidade e construir novas pistas no Canal 6 (Avenida Joaquim Montenegro) e na Rua João Pessoa (Centro), além de concluir a via em implantação na Av. Nossa Senhora de Fátima (Zona Noroeste). As três obras estão entre os 11 projetos do município que contarão com recursos provenientes do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Turismo, totalizando R$ 6,1 milhões.


A nova ciclovia do Canal 6 será interligada às existentes na orla e porto, cruzando a faixa da Avenida Afonso Pena. A pista terá 1.800 m de extensão, com 1,80 m de largura, e ficará na calçada lateral ao canal no sentido Praia-Centro.

Também está previsto o plantio de 3 mil m² de grama no entorno, o que contribuirá para absorção da água da chuva e paisagismo. O projeto da obra será analisado pelos órgãos de defesa de patrimônio Condepasa (municipal) e Condephaat (estadual), além do Dade. "Após a aprovação destes órgãos será realizado o processo licitatório da obra, a qual deve ter início no segundo semestre deste ano", explica Raquel de Melo Ribeiro, chefe do Departamento de Planejamento de Obras da Secretaria de Infraestrutura e Edificações.

Expansão da malha beneficia Centro e Zona Noroeste
A ciclovia da João Pessoa terá 1.700 m de extensão e interligará a ciclovia da Praça dos Andradas à futura ciclovia da avenida Perimetral (Porto), no lado esquerdo da via (contrafluxo do tráfego).

Já a ciclovia da Nossa Senhora de Fátima (ZNO), em construção no canteiro central da avenida, terá 3.200 metros de extensão e será interligada com a pista exclusiva para bicicletas da avenida Martins Fontes. Atualmente, a malha cicloviária de Santos conta com 30,9 Km.

Informações: Prefeitura de Santos

Cariocas passam a usar skate como meio de transporte

02/02/2013 - O Globo

Esporte conquista moradores do Rio, que usam as pranchas até para ir ao trabalho e à escola

02/02/2013 - 08h00 | Ludmilla de Lima

O advogado Último de Carvalho anda de skate em Ipanema Pedro Kirilos / O Globo
RIO No ônibus, no metrô, enterrado na areia da praia, nas mochilas dos estudantes e no caminho para o trabalho. Por todo lado, só dá skate neste verão. Num giro rápido pela orla, pela Lagoa e pelo Aterro do Flamengo, percebe-se que a prancha sobre quatro rodinhas é mais do que um modismo da estação mais charmosa no Rio: virou uma maneira de curtir o visual da cidade, de manter a forma e, mais do que nunca, um meio de transporte para ir ao trabalho e à escola, por exemplo. A atividade de andar de skate cativou gente de todas as gerações e conquistou de vez as meninas, que adotaram as remadas no asfalto também como forma de se locomover sem o estresse do trânsito diário.

A mesma destreza demonstrada quase que exclusivamente por skatistas homens no passado agora é vista em garotas de biquíni, shortinho jeans e camiseta. Neste verão, os skates definitivamente saíram do gueto das pistas dedicadas à modalidade para invadir as ciclovias e as pistas de rolamento, da Zona Sul à Zona Norte. O estilo grunge por muito tempo associado ao esporte agora convive com outro, mais solar.

Venho percebendo esse movimento de adesão das meninas ao skate nos últimos dois, três anos. Mas ele era restrito à turma mais inovadora. Agora a massa aderiu. O ano de 2012 já foi um retrato disso. E neste verão já está todo mundo treinado e fazendo bonito sobre o skate afirma Renata Abranches, do blog RIOetc e autora, junto com o marido, Tiago Petrik, do livro A carioca guia de estilo para viver a Cidade Maravilhosa.

Os preferidos dos cariocas que usam o equipamento fora das rampas são os longboards. Os skatões são voltados para quem quer esporte + passeio + meio de transporte. Mas hoje, nas vitrines das lojas especializadas, em especial na Galeria River, em Copacabana, os miniskates coloridos são o destaque. Levinhos, podem ser carregados na mochila. Julina Cury, de 26 anos, tentava se adaptar ao skatinho retrô ele era sucesso nos anos 70 na ciclovia de Ipanema na última quinta.

A estudante de administração pegou o skatinho emprestado do namorado, o francês Florian Savin, de 23 anos. De biquíni, sainha e descalça, ela se equilibrava sobre a novidade de plástico:

Este skatinho parece mais fácil. Estou tentando perder o medo contou Julina, mostrando as marcas do seu lado radical: cicatrizes nos braços e nas pernas, frutos de uma queda. Caí de um long numa ladeira.

Florian já está acostumado com o miniskate. No Rio para um intercâmbio na UFRJ na área de engenharia civil, o parisiense agora roda no brinquedinho diariamente pela cidade:

É muito melhor andar de skate no Rio, por causa do sol, do calor e das pistas na beira da praia.

Para o bumbum é excelente

A corretora Vanessa Araújo, de 30 anos, deixou para atrás a malhação entre paredes e agora mantém a forma sobre um long.

O skate trabalha perna e bunda. Ainda mais na pedalada (ou remada): para o bumbum é excelente! diz Vanessa, que na quinta-feira foi do Leme ao Leblon cheia de estilo: óculos escuros da moda, macacão de lycra e All Star preto de cano longo.

As filhas de Vanessa Bettina, de 4 anos, e Ana Lívia, de 10 acompanham a mãe de vez em quando.

O melhor do skate é a serotonina, a sensação de prazer e liberdade. Sabe quando você acha que vai cair e não cai? Fora que você não está preso dentro de uma academia completa a corretora, que circula por aí com o namorado, o advogado Último de Carvalho, de 55 anos.

O primeiro passo de quem aprende a andar de skate é se equilibrar sobre o shape, que é a prancha na linguagem do esporte. Há um ano, Último adotou o esporte por recomendações médicas, por ter diabetes. Seu longboard veio da capital da modalidade a Califórnia e ganhou uma espécie de malinha, que ele próprio adaptou. É uma caixinha de plástico grudada na prancha, dentro da qual o advogado carrega chaves, carteira, água para lavar os pés depois da praia e camiseta. O skate para Último funciona como um meio de transporte: quando está disposto, vai de Ipanema ao Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro, e lá pega um táxi até o escritório, no Centro.

O skate é uma delícia, dá um surf feeling. É como pegar onda direto por uma, duas horas diz.

De skate, você cruza a cidade

Para Renata, do blog Rio RIOetc, o skate caiu como uma luva no estilo de vida do carioca, que hoje sente mais segurança para circular pela cidade:

Você sai da praia e vai de skate para o chopinho, pode carregá-lo na garupa de uma bicicleta ou debaixo do braço na integração do metrô. De skate, você cruza a cidade. Tem muito a ver com a cidade do Rio.

Um dos pontos positivos do skate é o preço, mais acessível que o do stand up paddle, por exemplo. Na Galeria River, o valor do miniskate está em torno de R$ 250. Já o street, usado para manobras nas rampas, custa cerca de R$ 150. Os longboards californianos podem ultrapassar os R$ 800.

Rogério Ferri, vendedor da loja Arpex Homey, na Galeria River, constatou uma procura maior do ano passado para cá:

As meninas chegavam aqui, e eu perguntava: Quer ver patins? E elas: Não, quero skate mesmo.

Na hora de comprar o seu, Gabriel Mello, de 16 anos, não economizou: adquiriu pela internet um skate elétrico que custou R$ 1.400. O equipamento chama a atenção por ser bem maior e mais alto do que os modelos tradicionais. Com um controle remoto, o skatista regula a velocidade e aciona o freio. A máquina de Gabriel atinge até 40km/h.

Moro no subúrbio (na Vila da Penha) e vim tirar uma onda em Copa dizia, na quinta.

Eudo Júnior, de 34 anos, usa seu long para ir à praia. Mas, para não desgastar o skate, há dias em que pega emprestado um com uma operadora de telefonia, que oferece de graça nas praias o equipamento a clientes cadastrados.

Ando desde moleque e, ultimamente, com mais frequência diz Eudo, que é vendedor da Armani e usa muito a prancha com rodinhas para ir do Flamengo, onde mora, até o futevôlei em Copacabana e Ipanema. O skate é superdemocrático, há pessoas de todas as idades praticando. Vejo famílias inteiras andando na orla.

O esporte bombou tanto no Rio que a Farm captou o gosto das clientes e criou skates de menina, com estampas exclusivas. A marca também já lançou um editorial de moda de roupas para skatistas e produziu uma websérie com as Longboard Girls Crew. São quatro episódios, sempre às quintas-feiras, sendo que o primeiro foi ao ar esta semana no Facebook da Farm.

Bruno Funil, da União Skate Rio (USR), aponta o bom desempenho de brasileiros no esporte como um dos responsáveis por esse boom. O Rio é um parque de diversões para os apaixonados das manobras radicais: nas contas de Renê Nunes, presidente da USR, são entre 40 e 50 pistas na cidade.

Presidente da Federação de Skateboard do Estado do Rio, André Viana ressalta que a cidade tem a melhor pista do Brasil, a do Parque Madureira, com 3.850 metros quadrados e padrão para eventos internacionais. E há outras pistas por vir: o Parque Radical da Lagoa, projeto da prefeitura que ocupará o espaço da antiga Estação do Corpo, contará com duas áreas para o esporte.