quinta-feira, 31 de maio de 2012

Distrito Federal deverá ter 600 km de ciclovias até 2014. Conheça o projeto

11/05/2012 - Correio Braziliense

Apenas este ano, o Distrito Federal vai ganhar mais 86,6km de pistas destinadas às bicicletas no Plano Piloto, em Ceilândia, no Paranoá, no Guará e no Gama

Manoela Alcântara
 
Aos 27 anos, Lucimar Ferreira ganha a vida como caseiro e piscineiro no Lago Sul. Não conhece a fundo as leis de trânsito, muito menos as teorias acadêmicas sobre a necessidade de implantação de sistemas cicloviários nas cidades. Mas a experiência diária de pedalar entre os carros e na ciclovia lhe dá autoridade para avaliar o que é mais seguro e as falhas existentes nas poucas faixas exclusivas construídas pelo governo. Morador de São Sebastião, o caseiro fez algumas descobertas: a bike é mais rápida que o ônibus. Pedalar na via exclusiva para bicicleta é mais seguro que entre os veículos. O problema é que, no trajeto feito de casa até o trabalho, elas são interrompidas nos cruzamentos e os carros não cedem a vez. “A transição da ciclofaixa para a ciclovia faz com que eu tenha de atravessar no meio dos carros. Passo pelo balão e ninguém respeita, não, os ônibus quase passam por cima da gente.”

Os problemas apontados pelo caseiro são os mesmos citados por doutores em assuntos de trânsito, mas, surpreendentemente, passaram despercebidos, ao longo de décadas, por funcionários do governo responsáveis por elaborar e executar os projetos. Agora, o GDF tem uma nova chance de ser exemplo para o resto do país. Até 2014, o Executivo local pretende alcançar a marca de 600km de malha cicloviária. As obras já começaram e vão atender moradores do Plano Piloto, de Ceilândia, do Paranoá, do Guará e do Gama. É o Projeto de Mobilidade Urbana por Bicicleta, que prevê, além das faixas destinadas a quem pedala, a estrutura necessária para incentivar o uso desse meio como transporte: bicicletários, integração com o metrô e com os coletivos, incentivo para a iniciativa privada construir vestiários. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Denatran vai liberar o uso de bicicletas elétricas

17/05/2012 -  O Estado de São Paulo

Nova regulamentação leva em conta a Rio+20; ideia é isentá-las de licenciamento ou emplacamento, além de deixar de cobrar CNH
 
Nova regulamentação leva em conta a Rio+20
créditos: Reprodução / RJTV

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) vai apresentar, até o fim do mês, um conjunto de normas para regulamentar a utilização de bicicletas elétricas em todo o País. A expectativa é de que as novas regras permitam que os veículos trafeguem em ciclovias e seus condutores não precisem de habilitação específica. A nova regulamentação deve entrar em vigor antes da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
 
De acordo com a proposta estudada pelo Denatran, os veículos com velocidade de até 20km/h e motor de até 4 quilowatts de potência serão enquadrados em normas específicas de circulação. A decisão de definir novas regras em âmbito nacional foi tomada após uma reunião, na terça-feira, entre a direção do Denatran e representantes do governo estadual e da prefeitura do Rio.
 
No esboço das novas regras, também foi discutida a permissão do tráfego dos veículos pelas ciclovias e a isenção da necessidade de licenciamento ou emplacamento. Os usuários de bicicletas elétricas também poderão circular sem habilitação específica e sem o risco de serem abordados por agentes da lei seca, como aconteceu com o cinegrafista Marcelo Toscano Bianco. Parado numa blitz em abril, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi multado em R$ 1,7 mil.
 
Para Fernando Avelino, diretor do Detran do Rio, a conferência Rio+20 e o debate sobre sustentabilidade foram os argumentos que sensibilizaram a direção do Denatran para a aprovação de uma nova regulamentação. "A gente tinha de chegar na Rio+20 com essa questão equacionada. Todos nós somos favoráveis à regulamentação correta e também ao meio ambiente, e essas bicicletas vão ao encontro desses interesses de sustentabilidade."
 
Festa
 
A decisão foi comemorada por ativistas da mobilidade sustentável. "Se as bicicletas elétricas representam a diminuição significativa do fluxo de trânsito, incentivam as pessoas a usar mais as bicicletas e favorecem um investimento maior na malha de ciclovias, pelo aumento da demanda, então isso só tem a trazer benefícios. A discussão jurídica é ínfima perto desses benefícios", afirmou Fred Sampaio, do movimento carioca Respeite Um Carro a Menos.
 
As regras definitivas ainda estão sendo estudadas por uma comissão do Denatran, que avalia uma forma de definir as novas regras sem ferir o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Pela atual legislação, qualquer modelo de bicicleta elétrica é classificado como veículo ciclomotor, que precisa de emplacamento e habilitação específica. Além disso, os condutores são obrigados a usar capacetes e roupas especiais, sob pena de multa e apreensão do veículo e da carteira de habilitação.
 
A polêmica sobre a regulamentação das bicicletas levou a prefeitura do Rio a publicar um decreto equiparando os modelos elétricos às bicicletas tradicionais, de propulsão humana e causou controvérsia.

domingo, 6 de maio de 2012

Governo do Distrito Federal libera R$ 33,4 milhões para ciclovias

03/05/2012 - Mais Comunidade

O Governo do Distrito Federal liberou R$ 33,4 milhões para a construção de 86,6km de ciclovias em todo o DF

Três empresas contratadas pela Secretaria de Obras e pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) já deram início às obras, que têm previsão de duração de seis meses no Plano Piloto, Ceilândia, Paranoá, Guará e Gama.
 
“Esses investimentos em ciclovia são uma grande revolução na utilização de um transporte saudável e na qualidade de vida da nossa população”, destaca o governador Agnelo Queiroz.
 
Só no Plano Piloto estão em construção 44,5km de vias exclusivas para os ciclistas, passando pelas avenidas L2 Sul e Norte, quadras comerciais das 200 e 400, nas Asas Sul e Norte. Outros 89km ficarão para uma próxima etapa e incluirão as vias W2, W4 e L4 Sul e Norte, Eixo Monumental e Setor Militar Urbano.
 
Os ciclistas do Gama receberão 25km, os do Guará, 5,8km, e quem mora no Paranoá terá mais 3km para percorrer de bicicleta. Na maior cidade do Distrito Federal, Ceilândia, será inaugurado o quarto trecho, com 8km de extensão. Os outros três trechos, que totalizam 31km, já estão prontos, o que irá totalizar 39km em ciclovias, ligando a cidade de Norte a Sul.
 
O campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), na Asa Norte, será contemplado com 12km de vias para ciclistas, interligadas à da L2 Norte. O trajeto passará pelo Instituto Central de Ciências (o Minhocão), Biblioteca, Restaurante e Hospital Universitários, além de outras vias internas do campus. Somente na região da UnB o GDF está investindo R$ 3,4 milhões.
 
Mobilidade urbana
 
O programa de ciclovias faz parte do Projeto de Mobilidade Urbana que visa alcançar a marca de 600km de ciclovias em todo o DF até o ano de 2014. A previsão é de que ainda este ano o GDF libere mais R$ 15 milhões para construção de novos trechos.
 
Atualmente existem 160km de vias para bicicletas construídos em todo o DF, sendo que 18km foram executados por uma construtora do Sudoeste como compensação ambiental. Outros 60km foram de responsabilidade do DER e 82km foram executados pela Secretaria de Obras e pela Novacap.
 
Ciclovias concluídas (compensação ambiental)
Sudoeste 18km (obra realizada como compensação ambiental por uma construtora, mas que faz parte do programa cicloviário do DF)
 
Ciclovias concluídas (SO/Novacap)
Recanto das Emas 33km
Santa Maria 18km
Ceilândia – 31km
 
Ciclovias em construção
Ceilândia – 8km (máquinas na altura da quadra QNM 26)
Gama – 25km (em fase de demarcação na Avenida Contorno. Obras começam na próxima semana)
Plano Piloto 44,5km
Asa Sul – em fase de demarcação ao longo das quadras 200/400 e 600
Asa Norte – máquinas na altura da 211/411 Norte
UnB – máquinas na altura da 415 Norte
Guará - 5,7km (em fase de demarcação)
Paranoá – 3km (máquinas na Avenida Principal)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Paes anuncia no Twitter que vai regulamentar o uso da bicicleta elétrica no Rio

04/05/2012 - O Globo

Para o prefeito, elas são como as que não têm motor. Decreto será publicado na segunda.

RIO - O prefeito Eduardo Paes usou o Twitter, na manhã desta sexta-feira, para informar que, na segunda-feira, publicará um decreto para deixar claro que as bicicletas elétricas devem ser consideradas como as demais. Segundo ele postou na rede social, por volta das 7 horas, os usuários deste tipo de transporte devem ter a sua liberdade de circulação garantida com as mesmas regras. Paes escreveu, ainda, que o fato ocorrido na Lei Seca foi um "fato isolado e equivocado de agentes públicos que já foram afastados de suas funções".

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A discussão sobre o uso das bicicletas elétricas ocorre às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável (Rio+20). O veículo é considerado um dos mais ecologicamente corretos da atualidade e está no centro de uma confusão que promete atormentar a cabeça de proprietários e de quem está pensando em comprar uma bicicleta deste tipo. Após a divulgação do caso do ciclista que foi multado em mais de R$ 1.700 durante uma Operação Lei Seca no Arpoador, ninguém se entende: para o estado, a bicicleta só está liberada para quem tem uma habilitação semelhante à de quem dirige motos; a prefeitura, por sua vez, diz que é possível andar à vontade, sem documento específico ou mesmo capacete, se o condutor não passar de 30km/h; por fim, a União, através do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), afirmou nesta quinta-feira em nota: Os ciclomotores somente poderão circular quando o município tiver regulamentado a matéria. Traduzindo: no Rio, cidade que não tem regras definidas, bicicletas elétricas não podem circular.

A posição do estado, que é quem coordena a Lei Seca através da Secretaria de Governo, foi reforçada nesta quinta-feira. Os dois agentes que multaram um cinegrafista e recolheram sua bicicleta na madrugada de domingo foram afastados. Não por abuso de poder, mas por terem montado a blitz fechando a passagem na ciclovia da Rua Francisco Otaviano com uma tenda e um carro. As infrações aplicadas ao ciclista que registrou imagens da operação continuam valendo: dirigir sem habilitação e sem capacete, e ter se recusado a fazer o teste do bafômetro. Até a noite desta quinta-feira, segundo o Detran, o veículo continuava num depósito, com cobranças de diárias valendo.

Mas o mesmo estado que reprime o uso das bicicletas elétricas demonstra atitudes a seu favor. Em setembro de 2009, o governador Sérgio Cabral desfilou por ruas do Maracanã, no Dia Mundial Sem Carro, montado no selim de uma delas. Sua assessoria de imprensa admitiu que ele não tinha habilitação para tal, mas alegou que ele não é usuário e que estava fazendo apenas uma demonstração. Em 2010, Cabral publicou um decreto dando isenção fiscal para empresas que montassem fábricas desses veículos no Rio.

A grande questão em torno da bicicleta elétrica é que a legislação ainda é vaga. O veículo não consta do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Uma resolução de maio de 2009 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) o equiparou a ciclomotores. E é nesse texto que o estado se baseia para exigir, por exemplo, uma habilitação semelhante à de motos. O que o Denatran diz, porém, é que seria preciso uma lei municipal para regulamentar a norma federal. E que, enquanto isso não existe, fica tudo proibido. Representante da prefeitura, o subsecretário de Meio Ambiente, Altamirando Moraes, diz, por sua vez, que ao menos por guardas municipais os ciclistas não serão punidos:

Já há um projeto de lei em tramitação em Brasília para criar uma norma em comum para todo o país. É com uma legislação federal que o problema será resolvido. Não adianta fazermos uma regra aqui no Rio e um município vizinho, da Baixada por exemplo, ter outra. Enquanto isso, consideramos as bicicletas elétricas como comuns, desde que não sejam de alta velocidade, com limite de até 30km/h, como acontece na maior parte dos países da Europa.

Sócio de uma grande revendedora de bicicletas, Bruno Affonso acredita que haja cerca de cinco mil veículos elétricos circulando na cidade do Rio atualmente, com tendência de crescimento. Ele garante que as que vende não passam de 30km/h e espera que o entendimento da prefeitura é que fique valendo:

Orientamos nossos clientes para que tenham uma postura responsável. Mas será um absurdo, por exemplo, se as bicicletas elétricas forem proibidas de trafegar na ciclovia.

Idealizador da ONG Transporte Ativo, voltada para a difusão do ciclismo, José Lobo diz que a legislação não acompanhou a evolução tecnológica:

O poder público não acompanhou a velocidade dos equipamentos. Seria importante termos regras porque bicicletas elétricas potentes, que chegam a 50km/h, não devem mesmo andar por ciclovias. Isso não é permitido nem na Europa.

Independentemente da polêmica, uma questão é certa. No caso do ciclista multado no Arpoador, os agentes honraram o velho ditado faça o que eu digo, não o que eu faço. O veículo da Operação Lei Seca, que dava apoio à blitz e estava parado na ciclovia, tem nada menos do que nove multas, que incluem excesso de velocidade e avanço de sinal. Duas delas ainda nem foram pagas. A assessoria de imprensa da Secretaria de Governo informou que o carro não pertence ao estado e está sendo alugado desde novembro de 2011. O órgão também afirmou que o motorista responsável por duas infrações recentes, cometidas em dezembro do ano passado e em fevereiro deste ano, foi demitido. O carro está com o licenciamento em dia.

Carro que participava de blitz da Lei Seca tem nove multas

Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. O antigo ditado está mais atual do que nunca para os agentes da Operação Lei Seca que participaram da blitz na madrugada de domingo que rebocou uma bicicleta elétrica e aplicou mais de R$ 1,7 mil em multas ao condutor. Uma consulta no site da Secretaria municipal de Transportes mostra que o Prisma placa KWT-2902, que estava parado em cima da ciclovia da Rua Francisco Otaviano, no Arpoador, dando apoio à fiscalização, tem nada menos do que nove multas. Duas delas ainda nem foram pagas. A assessoria de imprensa da Secretaria de Governo informou mais cedo que dois agentes da operação já haviam sido afastados por terem bloqueado a ciclovia.Das infrações cometidas pelo veículo da Lei Seca, quatro são de excesso de velocidade, cometidas na Avenida Brasil (três) e na Avenida Infante Dom Henrique. Há uma gravíssima: avanço de sinal na Rua J.J Seabra, cometida em setembro do ano passado, e que ainda não foi paga. Há outra por direção falando ao celular, na Rua Professor Eurico Rabelo, e mais uma por transitar em pista exclusiva, na Avenida Brasil. A lista se completa com uma infração por não identificação do condutor do veículo, sendo aplicada multa à pessoa jurídica.

A coordenação-geral da Operação Lei Seca reconheceu, nesta quinta-feira, a irregularidade em montar a blitz em cima de uma ciclovia. Na ocasião, um cinegrafista, que pediu para não ser identificado, e que guiava uma bicicleta elétrica, recebeu três multas no valor total de R$ 1.723,86 por três supostas infrações: recusou-se a fazer o teste do bafômetro; estava sem a habilitação para dirigir um ciclomotor; e andava sem capacete. Ao todo, perdeu 21 pontos na carteira que usava para dirigir o carro que disse ter vendido para escapar das burocracias de ser dono de um automóvel.

Ainda segundo a coordenação-geral da Operação Lei Seca, este é o primeiro caso de apreensão de ciclo-elétrico realizada pelos agentes. Os coordenadores da operação, no entanto, informaram que informações sobre se a bicicleta apreendida ainda está no depósito e se condutores das tais bicicletas elétricas precisam fazer licenciamento anual, como acontece com ciclomotores não cabem à Operação Lei Seca.

A legislação ainda tem lacunas quando o assunto é bicicleta elétrica. A assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Governo, que coordena a Lei Seca, informou que se baseia numa resolução de 2009 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O texto equipara esse tipo de veículo a um ciclomotor: ou seja, é preciso, por exemplo, ter habilitação para dirigir moto e usar capacete para não ser multado. Também é proibido, por essa interpretação, circular por ciclovias. Já Altamirando Moraes, subsecretário municipal de Meio Ambiente, órgão gestor da política cicloviária do Rio, considera tolerável o uso de bicicletas elétricas na ciclovia:

Também não precisa de capacete, é opcional. Fazemos como na Europa, permitindo veículos com motor de até 250 watts, que andam a até 20km/h.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Empresários apostam em modelo brasileiro de bicicleta elétrica e faturam R$ 1,5 milhão

01/05/2012 - O Estado de São Paulo

De olho na crescente discussão em torno da mobilidade, trio cria a Evolubike, especializada em bikes motorizadas
 
Como quase todo o paulistano, os irmãos Rogério e Renato Rovito sofriam com os problemas do trânsito da capital. Como quase todo filho de empreendedor, eles também começaram a sonhar com o próprio negócio quando concluíram o curso de Engenharia Mecânica. 

A união do útil ao agradável se deu em 2010, quando um amigo em comum, o engenheiro mecatrônico Alexandre Lima, voltou de uma feira de duas rodas na China onde descobriu as bicicletas motorizadas. Juntos, o trio fez uma nova visita ao país, onde encontraram fornecedores e deram o primeiro passo para a fundação da Evolubike, empresa especializada no desenvolvimento de bicicletas elétricas.

“Nós queríamos fazer alguma coisa relacionada à sustentabilidade e quando pesquisamos o mercado, percebemos que a questão da mobilidade também estava em pauta no País, mas havia o desconhecimento de soluções como essa”, diz o diretor financeiro, Rogério Rovito. 

A maioria das bicicletas elétricas vendidas no País são comercializadas por importadoras que trazem principalmente modelos fabricados na China. A ideia dos sócios foi aproveitar essa oportunidade e a boa perspectiva de mercado para criar os primeiros modelos totalmente nacionais.

Pesquisa do instituto americano de pesquisa ambiental Pike Research, indica que existem atualmente 17 milhões de bicicletas e motos elétricas no mundo. O mesmo estudo prevê que até 2017 esse número deve aumentar para 138 milhões.“Acreditamos também que veículos movidos a energia elétrica são o futuro do transporte das grandes cidades o que significa uma grande oportunidade de negócio”, diz Rogério.

O projeto de cada bicicleta é totalmente desenvolvido pelos empreendedores e parte das peças (motor e bateria) são importados da China. O diferencial do produto brasileiro, segundo Rogério, está no design. “O brasileiro tem um biótipo diferente do chinês e percebemos que era importante ter um produto especialmente desenhado para o nosso consumidor”, explica.
 
A marca Evolubike possui até agora três modelos de bicicletas, que custam entre R$ 3 mil e R$ 3,6 mil e alcançam velocidades que vão de 20 a 40 quilômetros por hora. A grande aposta da empresa é em um modelo dobrável, que pode ser armazenado dentro de uma mochila, feito para quem concilia o uso de transporte público com a bicicleta. 
Os sócios investiram R$ 700 mil na empreitada e venderam até agora aproximadamente 750 unidades, o que garantiu um faturamento de R$ 1,5 milhão no ano passado.

O desafio dos fundadores da Evolubike para popularizar o produto no País é lidar com a legislação brasileira, que classifica bicicletas elétricas como ciclomotores, diferentemente de outros países. De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) veículos de duas rodas e que alcançam velocidade acima de 25 quilômetros por hora devem ser licenciados, seus condutores precisam ter mais de 18 anos e possuir uma Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC).

Estratégia. Para dobrar o faturamento já neste ano, o trio aposta em um novo lançamento: o Toten de recarga para bicicletas elétricas que pode funcionar também com energia solar. A peça, que pode ser acoplada a postes elétricos nas ruas, já foi instalada na cidade de Aparecida, no interior de São Paulo, e em Moema, na Zona Sul da capital. Eles também fecharam parcerias de venda com grandes varejistas, como os sites Submarino e Americanas.com.

Apesar disso, eles querem lançar em até um ano a primeira loja própria e expandir o negócio pelo modelo de franquias. Até 2014, eles querem abrir também uma fábrica maior. “É um mercado ainda novo, mas que está crescendo ano a ano”, diz Rogério.